quinta-feira, 30 de setembro de 2010

PROGRAMAÇÃO OUTUBRO/2010

AOS DOMINGOS ÀS 18h  NA TORRE O-N - MORADIA UNICAMP
ATENÇÃO: NOS DIAS 10/10 E 31/10 NÃO HAVERÁ SESSÃO POR SER FERIADO PROLOGANDO

03/10A festa nunca termina. DRAMA. Reino Unido, 2002. Direção de Michael Winterbottom. 115 min.



Sinopse: Manchester, 1976. O aluno de Cambridge Tony Wilson (Steve Coogan) está no show dos Sex Pistols. Totalmente inspirado por esse momento-chave da história da música, ele e seus amigos montam um selo chamado Factory. Eles assinam um contrato com o Joy Division (que viria a ser o New Order), com o James e os Happy Mondays, todos artistas seminais de seu tempo. Isso desencadeia um turbilhão de sexo, música e drogas que culmina com o nascimento de um dos dance clubs mais famosos do mundo, o Hacienda, meca de clubbers e adeptos do psicodelismo. Descrevendo a herança musical de Manchester desde a década de 1970 até o início dos anos 90, o filme ilustra a vibração que fez de Manchester o lugar onde todos gostariam de estar.

Crítica: Entre fatos e mitos, a história de "A Festa Nunca Termina" (ou "24 Hour Party People") ficou com os mitos. Ainda bem, segundo aquele que é o fio condutor do filme, Anthony "Tony" Wilson, 52. O diretor inglês Michael Winterbottom ("Bem-vindo a Sarajevo") escolheu para este "A Festa Nunca Termina" _que estréia hoje no Festival do Rio BR_ um dos temas mais universais do pop: a cena musical de Manchester entre 76 e 92 _entre o primeiro show dos Sex Pistols na cidade, testemunhado por 42 pessoas, e a morte da acid house, o gênero que aproximou o psicodelismo rock com a house music. Universal? Não fosse por Joy Division, New Order, Happy Mondays e pela revolução implementada involuntariamente pelo superclube Haçienda, Moby não teria vendido as faixas de "Play" para anúncios publicitários; ou iria demorar pelo menos mais uns dez anos para uma cidade como São Paulo receber um festival eletrônico de porte mundial. Tony Wilson parou no meio disso tudo, como protagonista do filme, porque esteve envolvido diretamente: apresentava um programa de TV, estava no histórico show dos Pistols, fundou a gravadora Factory, "descobriu" Joy Division/New Order/Happy Mondays e criou o Haçienda.
Extremamente falante e orgulhoso de seu papel, Tony Wilson se mostra entusiasta de "A Festa". "O filme é maravilhoso e esperto, mas há coisas que eu acho que não deveriam estar ali. E não é verdadeiro. É uma completa coleção de mentiras", disse à Folha. Por quê? "Porque entre a verdade e o mito, fique com o mito. O irônico é que esse monte de mentiras acabou contando a verdade." Wilson é defensor ferrenho das bandas retratadas no filme e da influência exercida por elas: "Joy Division foi quem deu complexidade ao punk, New Order mudou tudo com "Blue Monday", e os Happy Mondays foram os Sex Pistols de sua época, representavam a classe trabalhadora no poder". (O Joy Division acabou com o suicídio de seu líder, Ian Curtis, em 80; o New Order está por aí, e os Happy Mondays já se foram.) Sobre o Haçienda (1982-1997): "Naquela época, os garotos queriam sair para dançar, mas não tinham onde. Os clubes só tocavam música comercial, ruim. De repente, aparecemos com aquela house music esquisita [acid]".   Um episódio resume o clima do finado selo Factory e do filme. No começo dos 90, foi achado um pedaço de papel que literalmente salvou o New Order da falência com direitos autorais. Era um "contrato" com a gravadora que dizia: "Nós não somos donos de nada; a banda detém tudo".

Fonte: THIAGO NEY, da Folha de S.Paulo. 27/09/2002


Trailler: http://www.youtube.com/watch?v=MyinarfzXUE



17/101984. DRAMA. Reino Unido, 1984. Direção de Michael Radford. 113 min.
 

Sinopse: Depois da guerra atômica, o mundo foi dividido em três estados e Londres é a capital da Oceania, dominada por um partido que tem total controle sobre os cidadãos. Winston Smith é um funcionário do partido e se apaixona por Julia, numa sociedade totalitária onde as emoções são consideradas ilegais. Eles tentam escapar dos olhos "Big Brother", sabendo das dificuldades que teriam que enfrentar.

Crítica: 1984, o filme, nada deixa a dever a 1984, o clássico de George Orwell. E esta é uma das grandes virtudes tanto do roteiro como da direção de Michael Radford. Diante da grandiosidade do livro, seria extremamente fácil que o filme soasse vazio, medíocre. Mas, ao contrário, a adaptação de Radford é provocante. Winston Smith é um funcionário do governo totalitarista liderado pelo "Grande Irmão", uma "entidade" que, através de telões, controla a privacidade de todos os cidadãos do país. Certo dia, ele recebe um bilhete de uma bela garota, Julia, a quem conhecia de vista: "Eu Te Amo", lê, espantado. A partir daí, Winston passa a sair com a garota, desafiando as leis do país, que aboliram o orgasmo e incentivam a inseminação artificial. Winston e Julia desafiam, com seu amor, o próprio Sistema, que prega o ódio como maneira de subjugar seus oponentes. Prazeres simples (porém ilegais), tais como provar geléia com pão e beber café "de verdade", passam a fazer parte da rotina do casal, que redescobre o valor da fidelidade e do calor humano.
Fonte: interfilmes




24/10Vlado: 30 anos depois. DOCUMENTÁRIO. Brasil, 2005. Direção e João Batista de Andrade.  






Sinopse: Morto há trinta anos pela ditadura militar, o jornalista Vladimir Herzog é homenageado neste documentário dirigido por João Batista de Andrade. O longa é um apanhado da vida, carreira e morte de Vlado, contando com depoimentos de amigos e familiares. Entre os entrevistados estão Clarice Herzog, Paulo Markun e Diléa Frate

Crítica: Não é simplesmente um filme sobre Vlado, ou Vladmir Herzog, é um filme pessoal, uma dívida com o destino, assim diz o Diretor João Batista de Andrade. Ele inicia a cena com a praça da Sé em São Paulo e com uma cadeira promete tirar depoimentos sobre todos que viveram ou tiveram sua vida cruzada com Vladmir Herzog. É um filme pessoal, quase todo relatado em primeira pessoa. Com closes fortes, com marcas de expressão, sem maquiagem como um documentário tem que ser. Rugas reais e sorrisos e lágrimas verdadeiras. O Filme é pessoal, mas não teria como não ser. O Diretor afirma que deveu muito ao Vlado por na época não ter a capacidade de transformar aquela dor em algum registro visual. Mas 30 anos depois ele ressalta que uma divida não somente com o amigo com com o país está sendo paga. O filme é mais que pessoal, eu ainda usaria o termo ultra pessoal e de extremo realismo para satisfazer o que o diretor tenha questionado demonstrar. Sobre o que o filme fala? Para quem acha que o Filme é uma biografia de Vladmir Herzog tem a surpresa de encontrar um protesto e um relato direto da ditadura Militar. A introdução toda é feita em cima da figura de Vlado como um personagem histórico, como um resumo de sua vida. Mas não é isto. O pano de fundo, um Brasil conturbado, ganha a grande identidade do filme. Conspirações imaginárias, fuga de Prestes, Detalhes da tortura e ate mesmo um musical de João Bosco aparecem. Nenhuma imagem de torturas, nenhum sangue, ou ao menos nenhuma violência explícita. Toda a violência cresce dos depoimentos comuns e emocionados dos participantes. A violência toda acontece na cabeça daqueles que ali assistem de forma direta e clara o documentário tentando imergir numa das páginas mais negras da historia do Brasil. A edição Antes de tudo é um documentário que tem por objetivo extrair uma certa realidade sob o ponto de vista do diretor. A qualidade das imagens é amadora em sua maioria.Imagens que tremem, experiementalismos em reflexos,mas não tira de parte alguma a atenção do expectador. Mas de pouco isto importa, utilizando-se de filmadoras de mão e filmando a maioria do filme em primeira pessoa. Utilizando-se também de imagens de arquivos como o do culto de repudio na Sé, que nos traz pra dentro do que foi um momento de mudanças e indignação para a sociedade brasileira. Não importa mais a qualidade das imagens e sim o conteúdo com que elas são apresentadas e como conseguiram pegar a verdade, as bocas e olhos que exprimiam verdadeiras imagens sobre o que aconteceu naqueles dias de chumbo. O Diretor se utiliza de capítulos para seqüênciar os fatos ali colocados e dar maior coerência a historia. Destaque para o capitulo intitulado como PRISOES as quais os relatos ganham maior sensibilidade por parte dos entrevistados. Quem fala e faz historia Entre os principais depoimentos temos ilustres figuras nacionais e internacionais que contribuem com memórias para a construção deste quebra-cabeça que foi o caso Herzog. Entre eles aparecem: Clarice Herzog, Ivo Herzog, José Mindlin, Ruy Othake, Dom Paulo Evaristo Arns, Henry Sobel, Fernando Morais, Clara Sharf, Paulo Markun, Aldir Blanc, Alberto Dines, Sérgio Gomes, Diléia Frate, Mino Carta, João Bosco, Rose Nogueira entre outros famosos. Mas também tem muito transeunte mal informado ganhando seus segundos de fama.


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